Em tempos onde pouco se discute sobre sentimentos abertamente e o que "importa" é o que se está comendo na hora do jantar, ou que nota vai se dar àquele carinha que está na balada através de um aplicativo que mais tem nome de cachorro de madame, eis que surge alguém para dizer algo diferente, porém corriqueiro, porém doloroso, porém sentimento.
O jornalista, psicólogo, professor, roteirista e agora homem casado Felipe Pena vem quase que na contramão dos assuntos do momento nas redes sociais que é o local moderno dos dias de hoje onde se fala e se extravasa, onde nos relacionamos com maior intensidade e muitas vezes sem pudor algum, mas muitas vezes sem os verdadeiros sentimentos que nos atingem e que viram assunto proibido até para a própria pessoa que o está vivenciando, mas sofrendo com esse momento doloroso e para muitos vergonhoso por expor a própria fragilidade do ser humano.
Felipe pena nos fala de separação no momento de sua união - mas isso eu até já disse.
As crônicas de separação de Felipe podem ser esclarecedoras e ajudar muitos que passam por esse momento, ou que já passaram - mas não se recuperaram - ou que já passaram, se recuperaram, mas temem um "vale a pena ver de novo" e que dessa vez possa não haver tal recuperação. O beijo na testa de Felipe nos ajuda sim a entender esse próprio muro de tijolos do qual ele mesmo fala na crise pré-separação. Mas que também ajuda na pós-separação dando uma espécie de esperança da recuperação.
Felipe não mede palavras. Ele simplesmente as canta sem floreios e rebuscamentos. É a separação na lata. Um tapa na cara de vamos acordar e enfrentar.
Nos faz entender que há beijos na testa e (outros) beijos na testa. E para quebrar um pouco a rotina fala também em algumas crônicas de outras separações, como a que pode acontecer entra o escritor e o leitor, o político e seus eleitores.
Beijo na testa é pior do que separação é um livro para corajosos e também para que os covardes saibam que é inerente ao ser humano aprender a lidar e a enfrentar essa ou aquela separação. Não há como fugir dela, há sim como aprender a se lidar com ela da melhor ou da pior forma. Não importa. Aliás, importa sim. Mas é você quem vai escolher.
Parafraseando o próprio Felipe Pena: "Um beijo na testa pra você."
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BEIJO NA TESTA É PIOR DO QUE SEPARAÇÃO - FELIPE PENA - PRIMAVERA EDITORIAL - 177 páginas
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